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Atualmente o coletivo dá andamento à produção e desenvolvimento do projeto: “Dispersões amazônicas: ações poéticas como um gesto de cura”. Pretendemos realizar intervenções por meio do mapeamento de locais soterrados pela colonização na capital de Rondônia. Tem como objetivo realizar cartografias em espaços urbanos e/ou rurais que sofreram impactos, modificações e transformações na sua paisagem a partir de grandes empreendimentos advindos de políticas de colonização e desenvolvimento nesse estado.


Isso se deu desde a criação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, no início do século 20, que culminou com a morte de milhares de indígenas, depois, com os ciclos econômicos de exploração da borracha, do ouro, da cassiterita e do diamante. Ao longo do tempo foram desenvolvidos distintos projetos de colonização no estado de Rondônia; suas terras usadas para a criação de gados e seus rios sofrendo as consequências da instalação de usinas hidrelétricas. 


A cidade de Porto Velho foi erguida em meio a inúmeros projetos progressistas na década de 1970, com a abertura da BR-364, que possibilitou o desenvolvimento e expansão de vilarejos no interior do estado e o projeto ''Integrar para não Entregar'' que promovia a ocupação do Território Federal de Rondônia. Entendemos que, em função de tudo isso, seus espaços, distritos, geografia, arquitetura e paisagem revelam marcas de exploração, feridas coloniais, sejam elas territoriais ou simbólicas.


Este projeto prevê sete etapas, sendo elas: 1) Pesquisa cartográfica dos espaços da cidade que tenham sido desenvolvidos/construídos por meio de políticas de colonização e exploração de Porto Velho. 2) Levantamento das plantas amazônicas medicinais. 3) Intervenção poética, podendo ser coletiva ou individual, com o intuito de semear, plantar mudas e/ou objetos simbólicos que tenham propriedades curativas tanto para as cicatrizes do meio ambiente como para as feridas humanas dos habitantes locais. 4) Entrevista das pessoas que habitavam tais recintos, levantando as histórias e memórias. 5) Registro fotográficos, audiovisuais e diários de campo realizados do início ao fim do projeto. 6) Exposição. 7) Produção de um catálogo ao final.


O processo desta produção será uma tentativa de responder à questão: “Como essa terra é sua? Me conte sua história: narrativas afetivas, pertencimento amazônico”. Deste modo, o processo criativo do coletivo será engendrado como um ato político e afetivo em direção às feridas coloniais. As ações, enquanto gestos de cura, serão pensadas de forma ritualística, visando resgatar costumes e tradições dos povos originários, aqueles massacrados pela colonização. Apostamos na cura, e estamos na busca de uma paisagem viva e reconfigurada que viabilize o sujeito existir com maior inteireza. 
 

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