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II MERCADO PERFORMANCE

11.09.2019

O artista e professor Luíz Lerro convidou alguns integrantes do Grupo de Pesquisa e Extensão “Espaço para cri(ações) poéticas” para fazer parte do Mercado Performance que seria integrado a Programação do Palco Giratório – SESC-RO, 2019. Um dos nossos integrantes participou no ato performático, enquanto que outras duas integrantes fizeram uma instalação.

É importante esclarecer que o Mercado Performance faz parte do projeto de pesquisa “Fórum Performance-Arte Norte”  que tem como objetivo investigar e produzir conhecimentos no âmbito das artes performativas contemporâneas. Trata-se, portanto, de um espaço presencial e virtual, que fomenta o produzir e o refletir sobre esse campo fronteiriço da Performance e suas possibilidades em processos de investigação criativa. Como parte das atividades desse projeto, o professor realiza ações performáticas, na cidade de Porto Velho, com o apoio de professores pesquisadores, acadêmicos da Universidade Federal de Rondônia e artistas-performers naturais da região norte, que desenvolvam investigações práticas e teóricas no âmbito dos estudos performativos. 

O Mercado Performance promove e celebra a conexão entre saberes dispares do fazer em uma cena expandida, transdisciplinar, que necessita da poética do espaço, e de preferência, aquele que pulsa vida, memória afetiva de seus habitantes e histórias que marcaram e deixaram cicatrizes. Deste modo, a Vila de Santo Antônio nos conduz a pensar como a cidade de Porto Velho foi construída por meio de muita dor, abuso e subserviência. Portanto, seus atos performáticos parecem girar em torno da construção da Ferrovia Madeira Mamoré, da morte aos povos originários, da construção das hidrelétricas que promoveram o alagamento das religiões afro brasileiras, ou ainda, do modo como os empresários vieram de outros estados e criaram mecanismos para se utilizar dos nativos em troca de bananas.

Deste modo,  a instalação que criamos no espaço intitulada de “ciclos exploratórios” veio somar a este cenário. Tentamos trabalhar os ciclos econômicos do estado de Rondônia, por meio da borracha, da cassiterita, do desmatamento das florestas em prol de campos de gados e das usinas hidrelétricas. Assim, utilizamos grafismos no chão para remeter o seringal; esculturas feitas em tecido para remeter as pessoas que já sofreram com esses ciclos, que só presam pela extração e exploração; diversos troncos de madeiras e carvões que encontramos perto do local onde a obra foi instalada, já que poucos dias antes do evento, havia dito o maior desmatamento nessa região, como nunca houve anteriormente.

Por fim, tanto a performance como a obra “ciclos exploratórios” parece terminar com um berro esperança. Um grito emitido por um indígena liberta as pessoas presas por esse ciclo, e algumas esculturas de tecido, balões e símbolos de cura do povo da floresta fazem com que os espectadores adentrem uma oca indígena para se juntar a uma celebração coletiva ao final do evento.

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